Primeiro dia da RAAM

é hora de rolar!
o joão já está na estrada,
4800km,12 diaS

O primeiro dia da prova começou cedo em Oceanside, costa do Oceano Pacífico, com o João e a crew a acordarem pelas 8 horas. Logo pela manhã o João teve um momento para relaxar, ver e ouvir as mensagens de apoio recebidas, as demonstrações de suporte e força por parte de amigos, familiares e fãs. Foi um momento de reflexão, que tocou o lado mais emocional do Iron PIgeon e que naturalmente surge numa prova desta grandeza e importância. É um enorme desafio: 3000 milhas em 12 dias, ou mais precisamente 288 horas, com o limite para a meta contado à hora e ao minuto. A crew estava ocupada nos últimos detalhes, preparar carros, rever os planos de acompanhamento e também confraternizar e conviver com as outras equipas presentes, como é hábito num grupo de Portugueses além fronteiras!

 

A partida do João na RAAM estava marcada e aconteceu pontualmente às 13:06 horas locais (21H06 em Portugal). O momento único foi registado com inúmeras fotos por parte da crew, eternizando o início desta jornada desafiadora. Pelo Instagram os familiares, amigos e apoiantes do João acompanhavam o live da partida! Conta a crew que a energia no ar era contagiante, com uma mistura de emoção e excitação, tanto por parte dos participantes, como por parte das diferentes equipas de suporte e do público em Oceanside. O João tinha ainda 2 supporters especiais nesse dia na linha da partida a gritar por ele: dois amigos Portugueses que vivem nos Estados Unidos há alguns anos, o Nelson e a Sandra e que nos dias que antecederam a prova fizeram parte da “família” da RAAM.

 

Pouco tempo depois da partida, as primeiras “provas de fogo” para a crew e o rider estavam à espreita: o João pedalou muito rápido e a crew não conseguiu chegar a tempo ao primeiro ponto de possível paragem, as mudanças da bicicleta precisavam de uma afinação, o sistema de comunicação não estava perfeito. A primeira fase do percurso contava com alguma subida na Cordilheira de montanhas na Costa da Califórnia e de seguida a mítica descida “glass elevator” até Borrego Springs, onde os esperava o primeiro deserto do percurso, com temperaturas a rondar os 36 graus.

Nesta prova não há tempo para lamentações. Aprende-se sempre ao longo do caminho e assim a crew avançou e em pouco tempo estavam a trocar a bicicleta (existe uma segunda bicicleta pronta a entrar em ação) e com essa troca puderam afinar as mudanças da “F16”com sucesso (F16 é o nome de batismo da bicicleta principal do João). O sistema de comunicação oficial da RAAM, o Vertix, permite que a crew que está no follow car (carro que segue sempre o rider) comunique com o João. Neste primeiro dia sentiram algumas dificuldades e durante alguns Kms a comunicação via Vertix não funcionou. Mais tarde foi resolvido, o que facilitou bastante a partilha de necessidades relacionada com alimentação, de troca de sapatos, roupa mais adequada para calor (manguitos para os braços, para proteger do sol, por ex), etc.

 

Nem sempre o follow-car pode manter-se atrás do ciclista: existem (muitas!) regras a cumprir na RAAM e para zonas muito movimentadas, algumas delas identificadas no manual de regras da RAAM, o carro deve adotar a técnica do “leapfrog”: consiste precisamente em “dar um salto à frente do ciclista”, ou seja, ultrapassá-lo e assim também facilitar a ultrapassagem de outras viaturas. Quando encontrar um local de paragem segura, fora da estrada (com 1,5mt de distância da linha da berma), o carro pode então encostar e esperar pelo ciclista, para voltar à posição “follow”. Foi em leapfrog que o carro seguiu durante algum tempo neste 1º dia.

Chegados à entrada no deserto, depararam-se com o desafio das altas temperaturas. Aplicar protetor solar para passar o deserto, não é igual a quando vamos ao “Sol da Caparica” e em pouco tempo perceberam que não tinha sido suficiente e quer o João, quer a crew, já estavam “torrados”!
Foi necessário reforço de protetor e muita hidratação para enfrentar as condições adversas.

Durante a noite, ainda em travessia pelo deserto, tudo ficou mais calmo. Por decisão do João continuaram até à Station 3, em Blythe, onde puderam então parar para descansar, tomar um merecido banho, recuperar o ciclista (massagem de pernas incluída) e preparar tudo para dali por cerca de 4H/5H arrancarem novamente.  A crew tem um papel fundamental nesta fase, para garantir que o período de descanso do João é o maior e melhor possível: tratam da roupa
(lavar, secar), comida para a alvorada – o pequeno almoço é uma tigela de aveia, preparada pela técnica “
overnight oats” -, preparam logística do follow-car (repor tudo o que é necessário no follow-car, comunicações, equipamentos, nutrição, água, gelo, etc).

 

Quando bateram as 24H de corrida, o João tinha pedalado 545Km e chegou à TS #5 (Salome, Arizona). Foi um primeiro dia exigente, mas foi também um BOM primeiro dia! Venha o 2º!

 

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