SÉTIMO DIA DA RAAM

Portugueses pelo mundo

Os guias do João nestes dias são muitos: a crew, o corpo, a mente, o coração, a família, os amigos, as recordações de momentos já vividos, a visita à bucket list do que ainda deseja fazer… Todos contribuem para o manter motivado e vencer o cansaço e os diabinhos que começam a soprar aos ouvidos dos atletas que passam a metade da distância e dos dias desta prova.

Quando saímos muito fora da nossa zona de conforto e somos expostos a sofrimento, questionamos. Questionamos muito, mas é esse questionar que nos permite evoluir, conhecer melhor os nossos limites, o que
gostamos e não gostamos, o que queremos e não queremos e assim caminharmos mais orientados para o nosso propósito de vida.

Depois de 6 dias a pedalar na RAAM, a partida neste dia foi difícil. Não que nos outros dias tenha sido fácil, mas com o passar dos dias aumenta a fatura das poucas horas de descanso e da carga de horas a pedalar. Existem receios racionais de lesões que possam ser comprometedoras para o futuro, de não cumprimento de cutoffs, de investimento de esforço vs retorno.
Tudo conversado entre o rider e a crew, faz parte da prova, faz parte de serem uma equipa, avaliarem cenários e tomarem decisões.

 

E partiram para mais um dia de estrada. A equipa que estava em follow, conta que ao longo do dia a moral do rider e da crew foi subindo, as mazelas melhoraram, as pausas foram mais curtas e o João pedalou muito, apesar de estar um dia muito quente, o foco estava no que era preciso fazer: pedalar.

Dia quente e a necessidade de arrefecer o nosso rider levou a equipa que estava em modo support a correr lojas e lojas à procura de um “ice vest” (um colete que leva sacos de gelo em bolsas, que não pode ser demasiado pesado para o rider o poder usar enquanto pedala) ou de alguma alternativa que funcionasse para arrefecer o corpo. Encontraram uma solução com sacos de gelo, um género de cinta de colocar à volta das costas, mas a lista de tarefas e compras não ficou por aqui… 

Foi preciso procurar acessórios para subir as aero bars da bicicleta, um suporte para o telemóvel (que era a solução alternativa para comunicarem com o João, já que o Vértix…vocês sabem, não estava a funcionar outra vez!) e uma encomenda à Hammer para fazer refill da alimentação líquida e dos suplementos do ciclista.

 

E depois das listas de compras e encomendas, esta crew de support procurou o alojamento onde iriam todos descansar mais tarde e fez check-in para adiantar mais uma tarefa: lavar a roupa do rider e da crew. Mulheres e namoradas que aguardam o seu regresso: eles sabem fazer tudo, tanto nos EUA, como em Portugal!

Neste dia a crew lançou também um desafio aos seguidores desta aventura nas redes sociais: “enviem-nos as perguntas que gostavam de fazer sobre a RAAM e o João.” E o que se seguiu foram dias de stories com as perguntas e as respostas, sobre variados temas, respondidos sempre com muita honestidade e sentido de humor. Bravo crew!

Melhor ainda foi ver que muitas das mensagens não eram perguntas, eram mensagens de apoio de quem tem seguido a Team Iron Pigeon na RAAM. Este apoio conta muito!

 

A paragem para descanso estava combinada num hotel pouco depois da TS# 30 (Ft Scott, Kansas) e já era noite quando dois membros da crew decidiram dar um apoio especial ao rider naqueles quilómetros finais. O vídeo associado a este post mostra como foi (bem bonito!, mas sem música, por causa dos direitos de autor) e mais uma vez, temos esta crew a treinar para vir participar em provas de atletismo quando aterrarem em Portugal. Valentes!

E pode pensar-se que foi esse o momento emotivo que fechou esse dia, mas não foi o único. Era já noite cerrada, quase a chegarem ao hotel e “do nada, aparecem 2 pessoas no meio da estrada com uma bandeira gigante Portuguesa!”, à espera de os ver passar e dar um “high five” ao João e aos membros da crew que conseguiam esticar o braço para fora do carro do lado da berma. WOW!

Quem serão? Não sabemos, mas agradecemos o gesto porque foi incrível, um boost de motivação no final de mais um dia de RAAM e uma coisa é certa, os Portugueses são sempre Portugueses estejam onde estiverem pelo Mundo.

2.895 Km percorridos e muitas mais histórias que esta Team ainda terá para nos contar. Estamos com eles! Força João!

 

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