SEXTO DIA DA RAAM

Ciclismo ou F1? Na RAAM ou no Alentejo?

A crew da Team Iron Pigeon é composta por 7 Portugueses, que estão divididos em 2 carros. Um dos carros tem a função de Follow Car, ou seja, acompanha sempre o João, enquanto ele pedala. O outro tem a função do Support Car, que consiste em garantir todas as tarefas logísticas necessárias para toda a equipa ao longo da RAAM, como por exemplo as compras de comida para a crew e rider, marcar alojamentos para descanso, materiais que sejam necessários para a bicicleta ou qualquer outra necessidade que surja durante o percurso. As 2 equipas/2 carros vão rondando a função de dia para dia, de forma que a crew que está de suporte possa iniciar as horas de descanso mais cedo e assim, no dia seguinte, estar mais fresca e recuperada para arrancar com o João na função de follow.

 

Antes da partida para o 6º dia de Race Across America, a equipa que ia arrancar com o João tentou resolver os constrangimentos de comunicações que tinham ocorrido no dia anterior:  o Vértix, que continuava a funcionar mal e o sinal GPS a partir do qual a crew localiza o rider também estava a falhar na comunicação com o telemóvel. Após cerca de 1 hora conseguiram fazer os devidos despistes e resolver a maioria dos problemas, sendo que o Vértix está de facto abaixo das expetativas que tinham como principal meio de suporte à comunicação com o rider. Digamos que não está “com pedalada” para a RAAM.

Relembrando que o hotel onde tinham ficado a descansar na noite anterior estava a alguma distância do ponto onde o rider parou de pedalar, o descanso nesta noite foi (ainda) mais curto. Era preciso contar com os 40 min de percurso, descontá-los do período destinado ao descanso e arrancar mais cedo de manhã. Se não está a pedalar, o João tem de aproveitar todos os minutos que sobram para comer e dormir e é por isso, que lá conseguiram tirar-lhe uma foto dentro do carro e não na bicicleta. 

O dia estava lindo, dizem e o João rolou, rolou, rolou…e trocou de bicicleta algumas vezes, porque parece que muitas das estradas que ligam o estado do Colorado ao Kansas tinham juntas de união de 20 em 20 metros (!) e depois de 5 dias a pedalar, a vibração das juntas sente-se em todas as partes do corpo que já estão doridas, ou seja, em todas mesmo. Mudar de bicicleta foi uma alternativa, porque são bicicletas com quadros distintos, absorvem o impacto de forma diferente e a bicicleta alternativa (a tal…que ainda não sabemos o nome de batismo….) sendo mais confortável, permitiu ao rider gerir um pouco melhor o incómodo destes constantes saltos no pavimento.

 

Relata a crew que neste dia se sentiram como as equipas de Fórmula 1, tal foi a dinâmica de ações: troca de bicicletas, verificar o equipamento (luzes, óleo da corrente), troca de roupa, troca de sapatos, a preparação de alimentação e suplementos habituais do ciclista, fruta, água, gelo…e até tinham um chapéu de sol durante as paragens para proteger o rider do calor que apertava, tal e qual as “grid girls” de tempos passados da F1. Deram boas fotos essas poses com o chapéu…e stories muito engraçadas nas redes sociais. Estes membros da crew vão virar estrelas…  

A segunda metade deste dia teve um percurso essencialmente dominado por retas, retas longas, de 60 a 70 Km e com paisagens que faziam lembrar o Alentejo. Com calor e paisagens assim, é caso para dizer que o João se deve ter sentido em casa. 

Tal como nós aqui que continuamos a ver o pontinho do 667 a avançar no mapa com muito entusiasmo, nos EUA existem muitas pessoas que gostam de acompanhar a RAAM e as que vivem em zonas onde o percurso passa fazem autênticos eventos de apoio.

É o caso da TS# 23 Ulysses, a primeira do estado do Kansas. Desde há 20 anos que juntam a comunidade e em modo voluntariado organizam uma série de apoios na TS, para todos os atletas que passam por lá. Gostam de conhecer pessoas de diferentes Países, de conhecer a estratégia das equipas e de demonstrar o seu apoio e lhes dar força. A TS Ulysses tem comida preparada pela comunidade, fruta, bebidas frescas, uma piscina ao ar livre para quem quiser refrescar-se, camas para descansarem, informações sobre as condições climatéricas…e café! E fazem tudo isto porque gostam de apoiar os aventureiros. 

 

Os nossos também passaram por lá e tiraram uma foto com quem tão bem os recebeu. Foi um bom apoio, a lembrar a hospitalidade Portuguesa e a TS 23 também ficou a ganhar, porque finalmente alguém apareceu para lhes explicar onde fica Portugal no mapa. 

Seis dias passados, metade do tempo da prova da RAAM e metade da distância atingida! Diz a crew que este foi um dia bom, dia animado, com o rider bem disposto e…sempre a “dar gás” até à TS26 (Pratt, KS) com 2.484 Km percorridos. Nós também gostámos de ver e saber todas as novidades. Continuamos fortes, Vamos!

 

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